quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

 Viagem de carro para Brasilia/DF, Jalapão/TO e Dimantina/MG - Dezembro de 2020. 

Segue o resumo da nossa viagem de 12 dias até o Jalapão, saindo do RJ. Esta viagem foi feita por mim, minha esposa Simone e meu filho João Gabriel de 12 anos, entre os dias 12 e 23 de dezembro/2020, e foi planejada com as dicas de meu grande amigo Daniel de SP, que esteve no Jalapão em outubro/2020, acompanhado da sua esposa Érica.

A viagem superou todas as expectativas em relação as belezas do Jalapão, que é um lugar de beleza ímpar e também desmitificou todas as nossas duvidas e medos, com relação a realizar a viagem sozinho, o que é absolutamente possível, sem nenhum risco ou coisa parecida, desde que você tenha um pouco de espirito de aventura e, é claro, esteja num carro 4x4 alto, e saiba utilizar o google maps off line no celular..rsrss...

Antes do resumo, gostaria de destacar alguns pontos:

Veículo 4x4 é necessário? Vale ressaltar que foram 800 kms de off road, mas, antes dessa viagem, eu sequer já havia ligado a tração 4x4 da minha camionete, então, pode ter certeza que não precisa de experiência, apenas que o carro seja 4x4 e você tenha disposição. Também não foi preciso ligar a tração L4 (a mais forte), apenas a H4, porém, essa eu usei praticamente em todos os percursos. Minha viatura é uma Hilux SRV 4x4 2011.

Devo levar dinheiro vivo ? Sim, apenas dentro das cidades você consegue usar cartão em alguns locais. Nos fervedouros e demais atrações são bem poucos os locais que aceitam esse tipo de pagamento. No meu caso, eu levei 3.500 reais em dinheiro, mas, foi exagero, acredito que para os 06 dias que fiquei dentro do Jalapão, uns 2.500 seriam suficientes, lembrando que estávamos em três pessoas. Em Mateiros/TO principalmente, tudo tem que ser pago em dinheiro, nem a pousada que fiquei e o posto de combustíveis que abasteci aceitam pagamento em cartão. Em Ponte Alta ainda consegui usar o cartão para abastecer.

Abastecimento no Jalapão – Não tive nenhum problema nesse sentido, a viatura tem um tanque de 80 litros e mesmo usando 4x4, você consegue rodar 500 kms sem abastecer tranquilamente. Eu enchi o tanque em Dianópolis, depois completei duas vezes em Ponte Alta e duas vezes em Mateiros. Em Mateiros o diesel custa 4,55 reais e em Ponte Alta e Dianópolis 3,80 reais, que foi mais ou menos a média de toda viagem (3,77 reais)

Precisa reservar hospedagem no Jalapão? Como sempre faço em minhas viagens, não reservei em lugar nenhum e não tive problemas para achar. Os custos de cada lugar estão no resumo dia-a-dia abaixo.

Comida no Jalapão – O preço fica entre 30 e 40 reais por pessoa em todas as atrações e também dentro das cidades. Nas atrações, é necessário reservar na chegada. A comida é muito boa.

Preço das atrações – Todos os fervedouros e cachoeiras cobram entrada entre 20 e 30 reais. Nos fervedouros você pode ficar até 20 minutos ou até chegar uma outra turma para entrar. No fervedouro Macaúbas, que considerei um dos mais legais, conseguimos ficar 02 horas, porque não tinha ninguém mais e foi sensacional. Apenas nas dunas achei o preço salgado, mas, vale muitooo a pena ir, porque é sensacional. Lá, você é obrigado e pagar 150 reais a um guia na entrada do parque, que na verdade, é só um cara que vai com você no seu carro e volta, nada mais que isso.

O que levar ? Apesar de não ter usado, eu levei uma cinta de reboque para puxar o carro e, é claro, ajudar alguém, caso fosse necessário. Também leve uma garrafa de água grande, tipo 5 litros e algumas coisas para enganar a fome, tipo frutas, amendoim, barra de cereal, etc...

No roteiro que fizemos dentro do Jalapão de Dianópolis a Mateiros, no sentido horário. Apenas não conseguimos almoçar no primeiro dia, o que já estava previsto. Nos demais, almoçamos nas atrações e uma vez num Quilombo, mas, como são muitas atrações e longes uma da outra, vale a pena estar preparado.

 

Vamos agora ao resumo dia-a-dia :

01º dia – Apenas deslocamento entre minha casa, em Duque de Caxias/RJ e Paracatu/MG. Saímos de casa por volta das 6:40 hs da manhã, numa viagem de 900 kms bem tranquila. A estrada depois de BH até Paracatu/MG se resume praticamente a uma grande reta, onde se consegue andar com segurança entre 120 e 140 km/h. Chegamos em Paracatu por volta das 18:00 hs e ficamos no hotel Lanusse, pagando 170 reais num quarto com ar condicionado, frigobar, tv, garagem e café da manhã. 

Na verdade, quase todos os hotéis da viagem foram em média, nesse nível, e os preços variaram de 170 a 230 reais.

 02° dia – Saímos de Paracatu por volta das 8 da manhã e tocamos direto pra Brasília, onde chegamos por volta de 11 da manhã. Na capital federal, passamos rapidamente pelos principais pontos turísticos pra minha esposa e meu filho conhecerem, incluindo torre de TV, feirinha de artesanato (onde almoçamos), catedral, palácio da alvorada, congresso, sede do STF, esplanada dos ministérios, lago Paranoá, etc . De Brasília fomos até Campos Belos, ainda no estado de Goiás, onde dormimos numa pousada chamada Pousada e restaurante Vitória, pagando 180 reais.

03º dia – Neste dia íamos rodar apenas 233 kms, pois, iriamos passar no Rio Azuis, em Aurora do Tocantins/TO, por indicação do meu amigo Daniel de SP. O Rio azuis é um balneário lindo, com águas transparentes, onde nasce o menor rio do Brasil. Lá, almoçamos e passamos algumas horas. Depois seguimos para Dianópolis/TO, onde ficamos hospedados no hotel Rio Verde, pagando 230 reais. Neste dia, aproveitamos também para ir no mercado comprar algumas coisas para enganar a fome nos deslocamentos dentro do Jalapão, como mencionei acima...

04º dia – Neste dia, de fato, estávamos entrando no Jalapão. Saímos cedo de Dianópolis/TO por 30 kms de asfalto até Rio da Conceição/TO, em Rio da Conceição, pegamos a estrada para Lagoa da Serra, a estrada não vai até a Lagoa (são +/- 40 kms de Rio da Conceição até a Lagoa), mas, tem placas informando e chegamos lá sem nenhum problema. Depois de conhecer a Lagoa da Serra, que consideramos a lagoa mais linda do Jalapão, apesar de ser pouco conhecida, voltamos até Rio da Conceição e subimos sentido Cachoeira da Fumaça por trecho de terra light (4x2). Este trecho se chama Jalapãozinho, porque fica fora do parque. Para se chegar a cachoeira da fumaça, deve-se parar numa ponte de concreto e encostar carro nas arvores do lado direito, tem um riozinho que dá para tomar banho, depois pegar uma trilha que vai margeando o rio pelo lado esquerdo. Esta trilha termina na cachoeira da fumaça. Da cachoeira da fumaça seguimos para pedra furada. Se possível, é bom tentar se programar para chegar na pedra furada por volta das 17 hs para ver o pôr do sol. Depois seguimos da pedra furada para Ponte Alta do Tocantins/TO, onde dormimos na pousada Planalto, em frente à praça principal. Neste dia, o total rodado foi de aproximadamente 160 kms, sendo somente 30 de asfalto no começo.

 05º dia – Saímos de Ponte Alta do Tocantins em direção a lagoa do Japonês, para passar o dia todo lá, onde almoçamos. A lagoa também é muito bonita, apesar de ter gostado mais da lagoa da serra, lá tem restaurante e lugar para nadar. São 60 kms de asfalto e 30 de terra meio punk, com uma serrinha que tem que descer e subir no 4x4 e ter bastante atenção.

Obs – se eu fosse fazer uma nova viagem para o Jalapão, de todos os passeios que fiz, este seria o único passeio que não faria de novo. Apesar da lagoa da Serra, que conhecemos no dia anterior ser bem mais bonita, a lagoa do japonês também é bonita, mas, perde-se um dia todo para conhecer apenas um lugar, devido a estrada ser muito ruim.

06º dia – Esse foi o dia mais cansativo, mas, também o dia mais legal e interessante que passamos dentro do Jalapão, porque passamos em vários lugares. Saímos cedo de Ponte Alta em direção a Mateiros/TO, por volta das 7 da manhã e, logo que rodamos 20 kms depois da saída de Ponte Alta, chegamos no cânion do Sussuapara, onde ficamos por cerca de 01 hora e meia, de lá seguimos para a cachoeira da velha. Para chegar lá, tem que sair da estrada principal e pegar uma estrada com muitas pedras. Depois da cachoeira da velha, onde não se pode tomar banho, fomos para prainha do Rio Novo, onde dá para nadar e tem uma estrutura para se fazer um lanche, caso queira, com banheiros, pias, etc Bom ressaltar que para isso, é necessário levar comida pra lanche, porque não vende, depois, de lá, voltamos pra estrada e pegamos um atalho para o Quilombo Rio Novo, onde almoçamos. Este atalho, acho que foi o trecho mais punk, devido a muita areia, mas, a hilux passou tranquilamente. Para se pegar esse atalho, tem que fazer o seguinte : vai ter um trecho de 26 kms pra voltar pra pista TO-225, que liga Ponte Alta a Mateiros, não voltar ela toda e quando faltar exatamente 13 kms, virar numa estradinha a esquerda que é esse atalho, pegar esse atalho e seguir em frente, mas, ficar atento que ele atravessa a própria TO-225 , então, virar à esquerda na primeira estrada, pra ir sentido Mateiros (pra identificar onde se vira a esquerda, tem umas torres de celular no local). Depois que entrar de novo na TO-225, andar cerca de 1 hora para se chegar num povoado, chamado Quilombo Rio Novo, na beira do Rio novo, onde chegamos por volta das 15 horas e almoçamos uma comida muita boa, com direito a suco de manga natural. Depois continuamos em direção a Mateiros até chegarmos nas Dunas, que ficam uns 30 kms a frente. Para identificar a entrada das dunas, é só ficar atento com um barzinho (a portaria fica do lado esquerdo desse barzinho). Só é possível entrar para conhecer as dunas em carros 4x4 acompanhado dos guias, que cobram 150 reais por carro. Da portaria até as Dunas são 5 kms de areia bem punk. Apesar do preço absurdo e dos guias apenas te acompanharem e voltarem com você (se não puxar conversa nem falam nada contigo rsrsrs), vale muito a pena entrar para conhecer as Dunas, que são um dos lugares mais lindos da viagem. Das dunas são mais 40 kms até Mateiros, onde chegamos por volta das 19 horas e ficamos na pousada vereda tropical, da dona Bibi, que fica atrás da praça principal, pagando 230 reais a diária, a qual recomendamos fortemente.

07º dia – Neste dia, visitamos primeiro o fervedouro Buritis, depois o fervedouro do Rio Sono, onde almoçamos, depois o povoado da Mumbuca e por último,  os fervedouros do Ceiça e do Buritizinho. Todos esses ficam num raio de 30 kms de Mateiros e foi possível fazer todos em um único dia.

08º dia – Nesse nosso último dia dentro do Jalapão, visitamos a cachoeira da formiga e o fervedouro Macaúbas, que consideramos o melhor de todos. No Macaúbas demos muita sorte, porque estava bem vazio e deu para ficar umas duas horas com ele só pra gente e foi sensacional. O almoço também foi muito bom, num restaurante/camping à beira da estrada, entre a Cachoeira da formiga e o fervedouro Macaúbas.

09º dia – Infelizmente era o dia de começarmos o retorno para casa, depois de uma semana que vivemos intensamente, dentro desse paraíso chamado Jalapão.

Este dia foi só deslocamento, saímos cedo de Mateiros e pegamos 180 kms de estrada de chão em direção a Bahia, onde se chega ao asfalto na BA-225, 78 kms antes do entroncamento com a BR-135, próximo à divisa PI/BA. Desses 180 kms de off road, metade tem muita areia e a outra metade, já dentro da Bahia, você corta diversas fazendas de soja, com plantações de soja a perder de vista. Neste dia, ficamos mais de uma hora parados, em uma subida numa serrinha entre essas fazendas, porque uma carreta ficou presa fechando a estrada e tivemos que esperar o trator de uma das fazendas vir puxar a carreta. A parte engraçada foi que o motorista falou com a maior naturalidade, que tinha acabado de ver um filhote de onça na mata, um pouco antes desse local que ficou preso...putz, se eu soubesse, nem tinha saído do carro....rsrsrsrs...

Após chegarmos ao asfalto, rodamos o resto do dia, passando na Bahia pelas cidades de Barreiras e São Desidério, sempre pela BR-135, até chegarmos em Correntina/BA, onde dormimos no Hotel pousada dos sonhos, pagando 200 reais.

10º dia – Mais um dia de deslocamento, saímos cedo de Correntina/BA e fomos até Bocaiuva/MG, rodando 541 kms no total. Na Bahia a BR-135 tem um trecho 40 kms de chão, mas, em bom estado e vários desvios em pontos ainda não acabados da estrada, o que fez o dia render pouco, principalmente nos desvios, porque estava chovendo muito e tinha muito barro. Em MG a BR-135 está ótima até Manga/MG, onde atravessamos o velho Chico de balsa, mas, depois de Manga até Jaíba,/MG a MG-401 tem bastante buracos. A partir de Jaíba até Bocaiuva, passamos por Montes Claros/MG, e a estrada melhora bastante. Neste dia ficamos no hotel do Sr Dil, pela bagatela de 100 reais. Bem simples mesmo, daqueles que o pessoal usa só para dormir e seguir viagem, mas, com uma cama bem confortável e, do lado do hotel, conseguimos comer um churrasquinho muito bom, que foi um dos melhores da viagem.

11º dia – Rodamos apenas 181 kms entre Bocaiuva/MG e Diamantina/MG, mas, pegamos o pior trecho de estrada de toda viagem, entre Senador Mourão e pouco antes de Diamantina, onde a estrada está destruída. Chegamos em Diamantina por volta do meio dia e tiramos a tarde para passear por essa bela cidade histórica de MG. Ficamos hospedados no Hotel Tijuco, pagando 280 reais.

12º dia – Último dia da viagem e apenas deslocamento. Saímos cedo de Diamantina em direção ao RJ. A estrada a partir de Diamantina fica boa e a viagem rendeu bastante até chegar em BH, onde pegamos muito trânsito no anel viário. Depois de BH até Barbacena/MG também fluiu bem, mas, a partir de Barbacena até em casa, viemos debaixo de muita chuva, tendo que rodar esses últimos 280 kms com muita cautela, mas, graças a Deus e NS Aparecida, chegamos bem em casa, depois de exatos 4.600 kms rodados em 12 inesquecíveis dias...rsrs

 Espero que este relato sirva de motivação aos amigos que pensam em conhecer o Jalapão....É bem punk mesmo, foram 800 kms rodados só de off road dentro do Jalapão, mas, as belas paisagens e as experiencias que vivemos valeram cada um desse kms....

Um grande abraço !!!