Viagem de carro para Brasilia/DF, Jalapão/TO e Dimantina/MG - Dezembro de 2020.
Segue o resumo da nossa viagem de 12 dias até o Jalapão, saindo do RJ. Esta viagem foi feita por mim, minha esposa Simone e meu filho João Gabriel de 12 anos, entre os dias 12 e 23 de dezembro/2020, e foi planejada com as dicas de meu grande amigo Daniel de SP, que esteve no Jalapão em outubro/2020, acompanhado da sua esposa Érica.
A viagem superou todas as expectativas em relação as belezas
do Jalapão, que é um lugar de beleza ímpar e também desmitificou todas as
nossas duvidas e medos, com relação a realizar a viagem sozinho, o que é
absolutamente possível, sem nenhum risco ou coisa parecida, desde que você
tenha um pouco de espirito de aventura e, é claro, esteja num carro 4x4 alto, e saiba
utilizar o google maps off line no celular..rsrss...
Antes do resumo, gostaria de destacar alguns pontos:
Veículo 4x4 é necessário?
Vale ressaltar que foram 800 kms de off road, mas, antes dessa viagem, eu sequer
já havia ligado a tração 4x4 da minha camionete, então, pode ter certeza que
não precisa de experiência, apenas que o carro seja 4x4 e você tenha disposição.
Também não foi preciso ligar a tração L4 (a mais forte), apenas a H4, porém,
essa eu usei praticamente em todos os percursos. Minha viatura é uma Hilux SRV
4x4 2011.
Devo levar dinheiro
vivo ? Sim, apenas dentro das cidades você consegue usar cartão em alguns
locais. Nos fervedouros e demais atrações são bem poucos os locais que aceitam
esse tipo de pagamento. No meu caso, eu levei 3.500 reais em dinheiro, mas, foi
exagero, acredito que para os 06 dias que fiquei dentro do Jalapão, uns 2.500
seriam suficientes, lembrando que estávamos em três pessoas. Em Mateiros/TO principalmente, tudo tem que ser pago em dinheiro, nem a pousada que fiquei e o
posto de combustíveis que abasteci aceitam pagamento em cartão. Em Ponte Alta
ainda consegui usar o cartão para abastecer.
Abastecimento no
Jalapão – Não tive nenhum problema nesse sentido, a viatura tem um tanque
de 80 litros e mesmo usando 4x4, você consegue rodar 500 kms sem abastecer
tranquilamente. Eu enchi o tanque em Dianópolis, depois completei duas vezes em
Ponte Alta e duas vezes em Mateiros. Em Mateiros o diesel custa 4,55 reais e em
Ponte Alta e Dianópolis 3,80 reais, que foi mais ou menos a média de toda
viagem (3,77 reais)
Precisa reservar hospedagem
no Jalapão? Como sempre faço em minhas viagens, não reservei em lugar
nenhum e não tive problemas para achar. Os custos de cada lugar estão no resumo
dia-a-dia abaixo.
Comida no Jalapão
– O preço fica entre 30 e 40 reais por pessoa em todas as atrações e também
dentro das cidades. Nas atrações, é necessário reservar na chegada. A comida é
muito boa.
Preço das atrações
– Todos os fervedouros e cachoeiras cobram entrada entre 20 e 30 reais. Nos
fervedouros você pode ficar até 20 minutos ou até chegar uma outra turma para
entrar. No fervedouro Macaúbas, que considerei um dos mais legais, conseguimos
ficar 02 horas, porque não tinha ninguém mais e foi sensacional. Apenas nas
dunas achei o preço salgado, mas, vale muitooo a pena ir, porque é sensacional.
Lá, você é obrigado e pagar 150 reais a um guia na entrada do parque, que na
verdade, é só um cara que vai com você no seu carro e volta, nada mais que
isso.
O que levar ?
Apesar de não ter usado, eu levei uma cinta de reboque para puxar o carro e, é
claro, ajudar alguém, caso fosse necessário. Também leve uma garrafa de água
grande, tipo 5 litros e algumas coisas para enganar a fome, tipo frutas,
amendoim, barra de cereal, etc...
No roteiro que fizemos dentro do Jalapão de Dianópolis a Mateiros, no sentido
horário. Apenas não conseguimos almoçar no primeiro dia, o que já estava previsto.
Nos demais, almoçamos nas atrações e uma vez num Quilombo, mas, como são muitas
atrações e longes uma da outra, vale a pena estar preparado.
Vamos agora ao resumo dia-a-dia :
01º dia – Apenas deslocamento entre minha casa, em Duque de Caxias/RJ e Paracatu/MG. Saímos de casa por volta das 6:40 hs da manhã, numa viagem de 900 kms bem tranquila. A estrada depois de BH até Paracatu/MG se resume praticamente a uma grande reta, onde se consegue andar com segurança entre 120 e 140 km/h. Chegamos em Paracatu por volta das 18:00 hs e ficamos no hotel Lanusse, pagando 170 reais num quarto com ar condicionado, frigobar, tv, garagem e café da manhã.
Na verdade, quase todos os hotéis da viagem foram em média, nesse
nível, e os preços variaram de 170 a 230 reais.
03º dia – Neste dia íamos rodar apenas 233 kms, pois,
iriamos passar no Rio Azuis, em Aurora do Tocantins/TO, por indicação do meu
amigo Daniel de SP. O Rio azuis é um balneário lindo, com águas transparentes, onde
nasce o menor rio do Brasil. Lá, almoçamos e passamos algumas horas. Depois
seguimos para Dianópolis/TO, onde ficamos hospedados no hotel Rio Verde, pagando 230 reais.
Neste dia, aproveitamos também para ir no mercado comprar algumas coisas para
enganar a fome nos deslocamentos dentro do Jalapão, como mencionei acima...
04º dia – Neste dia, de fato, estávamos entrando no Jalapão.
Saímos cedo de Dianópolis/TO por 30 kms de asfalto até Rio da Conceição/TO, em Rio da
Conceição, pegamos a estrada para Lagoa da Serra, a estrada não vai até a Lagoa
(são +/- 40 kms de Rio da Conceição até a Lagoa), mas, tem placas informando e
chegamos lá sem nenhum problema. Depois de conhecer a Lagoa da Serra, que
consideramos a lagoa mais linda do Jalapão, apesar de ser pouco conhecida,
voltamos até Rio da Conceição e subimos sentido Cachoeira da Fumaça por trecho
de terra light (4x2). Este trecho se chama Jalapãozinho, porque fica fora do
parque. Para se chegar a cachoeira da fumaça, deve-se parar numa ponte de
concreto e encostar carro nas arvores do lado direito, tem um riozinho que dá
para tomar banho, depois pegar uma trilha que vai margeando o rio pelo lado
esquerdo. Esta trilha termina na cachoeira da fumaça. Da cachoeira da fumaça
seguimos para pedra furada. Se possível, é bom tentar se programar para chegar na
pedra furada por volta das 17 hs para ver o pôr do sol. Depois seguimos da
pedra furada para Ponte Alta do Tocantins/TO, onde dormimos na pousada Planalto,
em frente à praça principal. Neste dia, o total rodado foi de aproximadamente
160 kms, sendo somente 30 de asfalto no começo.
Obs – se eu fosse fazer uma nova viagem para o Jalapão, de
todos os passeios que fiz, este seria o único passeio que não faria de novo.
Apesar da lagoa da Serra, que conhecemos no dia anterior ser bem mais bonita, a
lagoa do japonês também é bonita, mas, perde-se um dia todo para conhecer
apenas um lugar, devido a estrada ser muito ruim.
06º dia – Esse foi o dia mais cansativo, mas, também o dia mais
legal e interessante que passamos dentro do Jalapão, porque passamos em vários
lugares. Saímos cedo de Ponte Alta em direção a Mateiros/TO, por volta das 7 da
manhã e, logo que rodamos 20 kms depois da saída de Ponte Alta, chegamos no cânion
do Sussuapara, onde ficamos por cerca de 01 hora e meia, de lá seguimos para a
cachoeira da velha. Para chegar lá, tem que sair da estrada principal e pegar
uma estrada com muitas pedras. Depois da cachoeira da velha, onde não se pode
tomar banho, fomos para prainha do Rio Novo, onde dá para nadar e tem uma estrutura
para se fazer um lanche, caso queira, com banheiros, pias, etc Bom ressaltar que para isso, é necessário levar comida pra
lanche, porque não vende, depois, de lá, voltamos pra estrada e pegamos um atalho
para o Quilombo Rio Novo, onde almoçamos. Este atalho, acho que foi o trecho
mais punk, devido a muita areia, mas, a hilux passou tranquilamente. Para se
pegar esse atalho, tem que fazer o seguinte : vai ter um trecho de 26 kms pra
voltar pra pista TO-225, que liga Ponte Alta a Mateiros, não voltar ela toda e
quando faltar exatamente 13 kms, virar numa estradinha a esquerda que é esse
atalho, pegar esse atalho e seguir em frente, mas, ficar atento que ele
atravessa a própria TO-225 , então, virar à esquerda na primeira estrada, pra
ir sentido Mateiros (pra identificar onde se vira a esquerda, tem umas torres
de celular no local). Depois que entrar de novo na TO-225, andar cerca de 1
hora para se chegar num povoado, chamado Quilombo Rio Novo, na beira do Rio
novo, onde chegamos por volta das 15 horas e almoçamos uma comida muita boa,
com direito a suco de manga natural. Depois continuamos em direção a Mateiros
até chegarmos nas Dunas, que ficam uns 30 kms a frente. Para identificar a
entrada das dunas, é só ficar atento com um barzinho (a portaria fica do lado
esquerdo desse barzinho). Só é possível entrar para conhecer as dunas em carros
4x4 acompanhado dos guias, que cobram 150 reais por carro. Da portaria até as
Dunas são 5 kms de areia bem punk. Apesar do preço absurdo e dos guias apenas
te acompanharem e voltarem com você (se não puxar conversa nem falam nada
contigo rsrsrs), vale muito a pena entrar para conhecer as Dunas, que são um
dos lugares mais lindos da viagem. Das dunas são mais 40 kms até Mateiros, onde
chegamos por volta das 19 horas e ficamos na pousada vereda tropical, da dona
Bibi, que fica atrás da praça principal, pagando 230 reais a diária, a qual recomendamos fortemente.
07º dia – Neste dia, visitamos primeiro o fervedouro Buritis,
depois o fervedouro do Rio Sono, onde almoçamos, depois o povoado da Mumbuca e
por último, os fervedouros do Ceiça e do Buritizinho. Todos esses ficam num raio
de 30 kms de Mateiros e foi possível fazer todos em um único dia.
08º dia – Nesse nosso último dia dentro do Jalapão,
visitamos a cachoeira da formiga e o fervedouro Macaúbas, que consideramos o
melhor de todos. No Macaúbas demos muita sorte, porque estava bem vazio e deu
para ficar umas duas horas com ele só pra gente e foi sensacional. O almoço também foi
muito bom, num restaurante/camping à beira da estrada, entre a Cachoeira da
formiga e o fervedouro Macaúbas.
09º dia – Infelizmente era o dia de começarmos o retorno
para casa, depois de uma semana que vivemos intensamente, dentro desse paraíso
chamado Jalapão.
Este dia foi só deslocamento, saímos cedo de Mateiros e
pegamos 180 kms de estrada de chão em direção a Bahia, onde se chega ao asfalto
na BA-225, 78 kms antes do entroncamento com a BR-135, próximo à divisa PI/BA. Desses
180 kms de off road, metade tem muita areia e a outra metade, já dentro da
Bahia, você corta diversas fazendas de soja, com plantações de soja a perder de
vista. Neste dia, ficamos mais de uma hora parados, em uma subida numa serrinha
entre essas fazendas, porque uma carreta ficou presa fechando a estrada e
tivemos que esperar o trator de uma das fazendas vir puxar a carreta. A parte
engraçada foi que o motorista falou com a maior naturalidade, que tinha acabado
de ver um filhote de onça na mata, um pouco antes desse local que ficou
preso...putz, se eu soubesse, nem tinha saído do carro....rsrsrsrs...
Após chegarmos ao asfalto, rodamos o resto do dia, passando na
Bahia pelas cidades de Barreiras e São Desidério, sempre pela BR-135, até
chegarmos em Correntina/BA, onde dormimos no Hotel pousada dos sonhos, pagando
200 reais.
10º dia – Mais um dia de deslocamento, saímos cedo de
Correntina/BA e fomos até Bocaiuva/MG, rodando 541 kms no total. Na Bahia a BR-135
tem um trecho 40 kms de chão, mas, em bom estado e vários desvios em pontos
ainda não acabados da estrada, o que fez o dia render pouco, principalmente nos
desvios, porque estava chovendo muito e tinha muito barro. Em MG a BR-135 está
ótima até Manga/MG, onde atravessamos o velho Chico de balsa, mas, depois de
Manga até Jaíba,/MG a MG-401 tem bastante buracos. A partir de Jaíba até Bocaiuva, passamos por Montes Claros/MG, e a
estrada melhora bastante. Neste dia ficamos no hotel do Sr Dil, pela bagatela
de 100 reais. Bem simples mesmo, daqueles que o pessoal usa só para dormir e
seguir viagem, mas, com uma cama bem confortável e, do lado do hotel, conseguimos comer um churrasquinho muito bom, que foi um dos melhores da viagem.
11º dia – Rodamos apenas 181 kms entre Bocaiuva/MG e
Diamantina/MG, mas, pegamos o pior trecho de estrada de toda viagem, entre
Senador Mourão e pouco antes de Diamantina, onde a estrada está destruída.
Chegamos em Diamantina por volta do meio dia e tiramos a tarde para passear por
essa bela cidade histórica de MG. Ficamos hospedados no Hotel Tijuco, pagando
280 reais.
12º dia – Último dia da viagem e apenas deslocamento. Saímos
cedo de Diamantina em direção ao RJ. A estrada a partir de Diamantina fica boa
e a viagem rendeu bastante até chegar em BH, onde pegamos muito trânsito no
anel viário. Depois de BH até Barbacena/MG também fluiu bem, mas, a partir de
Barbacena até em casa, viemos debaixo de muita chuva, tendo que rodar esses
últimos 280 kms com muita cautela, mas, graças a Deus e NS Aparecida, chegamos
bem em casa, depois de exatos 4.600 kms rodados em 12 inesquecíveis dias...rsrs
Um grande abraço !!!



